Coordenadas Geográficas no Pacote GeoR

Boa tarde, É possível trabalhar com coordenadas geográficas (em graus decimais) no pacote GeoR? Caso seja possível, para estimar o semivariograma utilizamos as distâncias calculadas em metros ou em graus decimais? A maioria dos trabalhos que tenho visto tem utilizado coordenadas planas UTM, e aí surgiu a dúvida: Quando a região estiver situada entre dois fusos UTM como proceder? Att, Hélder Santos *agrohelder@gmail.com <agrohelder@hotmail.com>*

Helder, boa noite! O uso de graus decimais é possível, mas altamente desaconselhável. Primeiro pela mudança nas relações de distância (conversão graus em metros) que variam com a latitude e depois pelo número de casas decimais requeridas para evitar erros por arredondamento (5 a 6). Na grande escala esses erros podem até ser tolerados, mas não são adequados. Para áreas nas quais há apenas um único fuso, considero o uso da projeção UTM como o mais adequado para o Brasil de modo geral. Todavia, com a variação do fuso a cada 6º de Longitude, é bem comum ocorrer mais de um fuso na área, sobretudo se você está em uma área localizada no limite de fuso (42, 48 ou 54ºW por exemplo). Ao ocorrer mais de um fuso, o mais correto seria aplicar uma outra projeção, válida para toda área de estudo. No caso do Brasil e América do Sul, de modo geral, é possível aplicar a projeção Policônica, com meridiano central definido em 54ºW. Contudo, na grande e média escala, ainda é possível utilizar a UTM. Elege-se um fuso 'principal' e reprojetam-se coordenadas do outro fuso para ele. É o que se aplicou no caso do dataset 'parana' que vem com o geoR. O Paraná está localizado parte no fuso 21 e parte no fuso 22. Elegeu-se o fuso 22 como principal e reprojetou-se as coordenadas do fuso 21, permitindo juntar as estações utilizadas em um plano único. OBS: 1) em razão das magnitudes, as coordenadas do dataset parana foram reduzidas dividindo-se por 1.000 e posteriormente descontando-se 7.000 da coordenada Y. 2) para um cálculo mais acurado, seria importante ainda ter conhecimento do datum utilizado. Espero que ajude, Éder Comunello <c <comunello.eder@gmail.com>omunello.eder@gmail.com> Dourados, MS - [22 16.5'S, 54 49'W]

Olá Éder, bom dia! Ajudou bastante! Meu problema era semelhante ao que relatou com os dados do Paraná, no meu caso o estado é São Paulo e os dados estão localizados nos fusos UTM 22 e 23. Felizmente o IBGE disponibiliza a malha municipal dos estados no formato shapefile nas Projeções: Policônica datun SAD69 e Policônica datun SIRGAS 2000. Com isso consegui obter as coordenadas dos pontos no sistema métrico. Com relação à reprojeção entre fusos UTM, tentei realizá-la num SIG, o QGIS: o meu shapefile estava em Coordenadas Geográficas LatLong WGS84 e tentei converte-lo para a Projeção UTM fuso 22s WGS84; mas não foi possível, há incompatibilidade. No caso dos dados do Paraná vocês tinham dois arquivos na projeção UTM, um com os dados do fuso 21 e outro com os dados do fuso 22? A reprojeção com os dados do Paraná foi feita no R ou num SIG? Embora já tenha resolvido o problema achei interessante este procedimento e queria aprender mais uma opção, Hélder Santos *agrohelder@gmail.com <agrohelder@hotmail.com>* Em 4 de março de 2014 21:21, Éder Comunello <comunello.eder@gmail.com>escreveu:
Helder, boa noite!
O uso de graus decimais é possível, mas altamente desaconselhável. Primeiro pela mudança nas relações de distância (conversão graus em metros) que variam com a latitude e depois pelo número de casas decimais requeridas para evitar erros por arredondamento (5 a 6). Na grande escala esses erros podem até ser tolerados, mas não são adequados.
Para áreas nas quais há apenas um único fuso, considero o uso da projeção UTM como o mais adequado para o Brasil de modo geral. Todavia, com a variação do fuso a cada 6º de Longitude, é bem comum ocorrer mais de um fuso na área, sobretudo se você está em uma área localizada no limite de fuso (42, 48 ou 54ºW por exemplo).
Ao ocorrer mais de um fuso, o mais correto seria aplicar uma outra projeção, válida para toda área de estudo. No caso do Brasil e América do Sul, de modo geral, é possível aplicar a projeção Policônica, com meridiano central definido em 54ºW.
Contudo, na grande e média escala, ainda é possível utilizar a UTM. Elege-se um fuso 'principal' e reprojetam-se coordenadas do outro fuso para ele. É o que se aplicou no caso do dataset 'parana' que vem com o geoR. O Paraná está localizado parte no fuso 21 e parte no fuso 22. Elegeu-se o fuso 22 como principal e reprojetou-se as coordenadas do fuso 21, permitindo juntar as estações utilizadas em um plano único.
OBS: 1) em razão das magnitudes, as coordenadas do dataset parana foram reduzidas dividindo-se por 1.000 e posteriormente descontando-se 7.000 da coordenada Y. 2) para um cálculo mais acurado, seria importante ainda ter conhecimento do datum utilizado.
Espero que ajude,
Éder Comunello <c <comunello.eder@gmail.com>omunello.eder@gmail.com> Dourados, MS - [22 16.5'S, 54 49'W]
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Helder, bom dia! Os dados do Paraná são do Prof. Paulo Justiniano. O que te relatei fiquei sabendo quando fiz a disciplina de Geoestatística que ele ministrou na Esalq. É possível fazer a conversão no R, usando {sp} e {rgdal}. Segue um exemplo para duas coordenadas tomadas no fuso 22 e calculadas para o fuso 23... ### <code r> sapply(c('rgdal','sp'), require, character.only=T) fuso22 <- data.frame(X=c(765755.252, 806567.125), Y=c(7726003.670, 7657549.738)); fuso22 coordinates(fuso22) <- ~X+Y proj4string(fuso22) <- CRS("+proj=utm +zone=22 +south +datum=WGS84 +units=m +no_defs") fuso22 fuso23 <- spTransform(fuso22, CRS("+proj=utm +zone=23 +south +datum=WGS84 +units=m +no_defs")) fuso23 ### </code> Éder Comunello <c <comunello.eder@gmail.com>omunello.eder@gmail.com> Dourados, MS - [22 16.5'S, 54 49'W]

Valeu Éder, Muito obrigado. Hélder Gramacho dos Santos Engenheiro Agrônomo Mestrando Ciênc. Geod. Tec. Geoinformação-UFPE *agrohelder@gmail.com <agrohelder@hotmail.com>* Em 5 de março de 2014 12:06, Éder Comunello <comunello.eder@gmail.com>escreveu:
Helder, bom dia!
Os dados do Paraná são do Prof. Paulo Justiniano. O que te relatei fiquei sabendo quando fiz a disciplina de Geoestatística que ele ministrou na Esalq.
É possível fazer a conversão no R, usando {sp} e {rgdal}. Segue um exemplo para duas coordenadas tomadas no fuso 22 e calculadas para o fuso 23...
### <code r> sapply(c('rgdal','sp'), require, character.only=T) fuso22 <- data.frame(X=c(765755.252, 806567.125), Y=c(7726003.670, 7657549.738)); fuso22 coordinates(fuso22) <- ~X+Y proj4string(fuso22) <- CRS("+proj=utm +zone=22 +south +datum=WGS84 +units=m +no_defs") fuso22
fuso23 <- spTransform(fuso22, CRS("+proj=utm +zone=23 +south +datum=WGS84 +units=m +no_defs")) fuso23 ### </code>
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