[R-br] Áreas correlatas - Hospitais são acusados de substituir médicos por enfermeiros em cirurgias

Benilton Carvalho beniltoncarvalho em gmail.com
Sexta Novembro 30 08:57:44 BRST 2012


Danielle,

eu nao sei se suas perguntas foram direcionadas a mim. Entretanto, como
minha ultima participacao neste off-topic, ficam minhas respostas:
Estatistica e' multidisciplinar e, como tal, sua aplicacao depende do "OK"
de varios profissionais.

Entao, no seu exemplo do IPEA, eu ficaria tristemente surpreso se os
resultados de analises estatisticas fossem cegamente implementados sem a
revisao por um profissional como um cientista politico, sociologo,
epidemiologista ou alguem da saude-publica (tudo dependendo da aplicacao em
particular).

Sobre o meu exemplo da analise de residuos... O que eu quis dizer e' q ha'
tarefas para as quais outros profissionais podem ser perfeitamente
treinados para a execucao.

b


2012/11/30 Danielle Steffen <daniellesteffen em yahoo.com>

> O medico quando faz "cagada" na profissao dele mata so o paciente. Qdo um
> estatistico trata mal os seus residuos, por exemplo, dependendo da area de
> atuacao, ele mata milhares de pessoas de fome, sede, de doencas devido ao
> mau planejamento urbano. porque nossas analises subsidiam decisoes, e
> decisoes matam muito mais do que um mau bisturi.
>
> Me lembro sempre da entrevista do Mac Namara, The Fog of The War, onde ele
> comenta sobre os estudos que ele tinha feito sobre a efetividade dos
> bombardeios aereos no Japao, na WWII. Esse cara matou milhares de pessoas
> com a precisao das estatisticas que ele desenvolveu.
>
> Quanta gente no IPEA nao mata um montao de pessoas (nao estou dizendo que
> seja real, ok?)? Eh so dizer que o municipio X tem um IDH maior do que
> realmente tem, e as verbas para esse municipio, o que eh reservado do Bolsa
> Familia pra populacao, verbas pra educacao, vai tudo pro municipio vizinho.
> E ai? Falta de verba pra comprar medicamentos de gripe, hipertensao,
> diabetes, isso nao mata?
>
> Calcular residuos, isso eh muito generico. Regressao entao, ate minha mae
> faz, de vidas passadas. O que vc quer dizer com isso? O Varian, no Google,
> calcula muitas regressoes. A minha filha, que fez AP Statistics no 12o
> grade aqui, tb calcula. Esses residuos tem o mesmo impacto?
>
> Abs,
> Danielle
>
>   ------------------------------
> *De:* Richard Santos <jamesrichardsantos em gmail.com>
> *Para:* r-br em listas.c3sl.ufpr.br
> *Enviadas:* Quinta-feira, 29 de Novembro de 2012 23:46
> *Assunto:* Re: [R-br] Áreas correlatas - Hospitais são acusados de
> substituir médicos por enfermeiros em cirurgias
>
> Pessoas só lendo livros, sem nem se formado em nada correlato com a
> medicina, já curaram seus filhos. O mesmo perigo de erro que tem na
> medicina tem na estatística também. Só que na medicina vai preso se fizer
> errado. Mesmo assim não falta gente querendo ganhar dinheiro praticando
> medicina sem ser médico também. Isso é natural da falha de ética humana.
>
> Em 30 de novembro de 2012 02:41, Richard Santos <
> jamesrichardsantos em gmail.com> escreveu:
>
> Não, software é a ferramenta, se não o médico não podia indicar remédios,
> porque quem tem diploma nessa área é o farmacêutico. Então estatístico pode
> usar ferramenta sim, o cara da engenharia da computação não entende de
> estatística, só projetou o instrumento.
> Entendo que vocês discordam da minha opinião de que "ciências humanas
> inclusive é mais intuitivo do que ciências exatas. Quanto à quantidade de
> conhecimento estatística é tão robusta quanto medicina."
> Pois já que um estatísico não conseguiria lidar com uma parada cardíaca no
> meio de uma cirurgia, e um médico conseguiria lidar com problemas de
> análise de resíduo numa regressão, é porque a quantidade de conhecimento de
> estatística é bem menor do que o de medicina.
> Eu não sei se é tão difícil lidar com uma parada cardíaca... mais pelo
> menos do que entender de matemática e lidar com resíduos esquisitos...
> sinceramente. Um leigo já conseguiu inúmeras vezes fazer voltar um paciente
> com respiração boca a boca e massagem cardíaca. Imagina com treinamento e
> aparelhos... desse jeito que eu to falando é igualzinho falam com a
> estatística.. que é fácil treinar alguém em estatística, etc etc. No fundo
> será que não é verdade? Eu tendo a pensar que pessoas falam que estatística
> é fácil e medicina não, não porque seja de verdade, mas por outros motivos,
> que o conselho de medicina já é mais consagrado, e que pessoas acham que
> podem errar à vontade em estatística, ganhando dinheiro. Na medicina tb tem
> gente querendo ganhar dinheiro, mas vai preso se for pego. Eu acho que é
> por isso, não acho mais fácil estatística. Medicina é bem mais intuitivo!
> A gente cura até sem treinamento! Agora um leigo entender estatística, ai
> meu Deus, que sofrimento ensinar alguém que não tem talento nato para isso,
> ufa!
> Richard
> Em 29 de novembro de 2012 19:26, Benilton Carvalho <
> beniltoncarvalho em gmail.com> escreveu:
>
> Estatistica e' uma area multidisciplinar. Ha' situacoes que um
> profissionais de outra area com o devido treinamento podem executar tarefas
> especificas tao bem quanto um Estatistico de carteirinha. IMHO,
> a palavra-chave para a nossa area e' colaboracao,  nao exclusividade.
>
> Se formos por este caminho (fechar as portas de areas multidisciplinares),
> logo voce tera' de parar de escrever linhas de codigo em R, SAS, SPSS ou o
> q quer que seja sua linguagem preferida, pq quem tem o diploma nessa area
> e' o pessoal da Ciencia/Engenharia de Computacao.
>
> Se vc quiser pensar em cirurgia como algo tambem multidisciplinar, e'
> facil... Basta o profissional da outra area ter tambem um treinamento
> adequado e problema resolvido... O lance e' que o treinamento adequado
> neste caso basicamente se resume a uma nova graduacao + alguns anos de
> residencia + especializacoes.
>
> Pra ser sincero, a gente precisa pensar em atividades comuns de cada
> profissional... Para um estatistico, nao e' incomum fazer uma regressao e
> ter q lidar com residuos que nao se comportam como esperado.... Para um
> cirurgiao, nao e' incomum ter que lidar com algo inesperado qdo o paciente
> esta "aberto"...
>
> Na minha opiniao, e' mais facil eu treinar o medico p fazer uma regressao
> e lidar com o problema dos residuos esquisitos, do que ele me ensinar a
> fazer uma hepactomia e resolver o problema de um paciente tendo uma parada
> cardiaca no meio do procedimento....
>
>
> b
>
>
> 2012/11/29 Richard Santos <jamesrichardsantos em gmail.com>
>
> Se profissionais de áreas correlatas podem exercer as profissões
> correlatas, esse caso não precisaria ter punição, certo? Porque
> ciências humanas inclusive é mais intuitivo do que ciências exatas.
> Quanto à quantidade de conhecimento estatística é tão robusta quanto
> medicina. E ambas causam mortes quando feito errado. É essa opinião
> que eu não entendo, para mim, profissão é coisa muito séria. Abraços,
> Richard
>
>
> http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2012/11/27/interna_cidadesdf,335920/hospitais-sao-acusados-de-substituir-medicos-por-enfermeiros-em-cirurgias.shtml
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